Do encontro fortuito à espera do prazer
Respiro ante a promessa de teu toque
Contemplo o tempo, e se Ele se demora
Não consolo meu corpo: aguardo crepúsculo ou aurora
Curvo-me perante a firmeza da ordem
Diante de tua sombra, perco-me silente
E latejante, pulsante em dor atroz
Contenho meu desejo dobrando-me à tua voz
Subjugada em tuas mãos
Teu negro olhar é o que me sustenta
O vicio da posse é tanto que vejo-me cativa,
de corpo e espírito: nada mais me atrai ou tenta
Os mistérios desvendam os sentidos
Descobrindo nas torturas prazeres infinitos
Subserviente, acorrentada, despojada
És Tu quem maltrata, destroça e ensina
Saciando sua fome em minha pele rasgada
Construíste-me silenciosamente
Adorando-te, pensante, em nó que não desfaço
Sempre sedenta, sempre disposta, sempre à mostra
Angario qualquer suspiro, qualquer castigo, qualquer abraço
Rouba e devolve minha paz
Com facilidade de quem é Senhor e Dono
Somente na lágrima me descubro viva
E sob seus pés recruto meu abandono.
Acorrentados por sua Palavra
Meu juízo, meu sentido, minha razão, minha vida
Já não mais existem, são estranhas estas matizes
E assim, escrava tua, de mansidão doce e aflita
Entrego a Ti minha carne e minhas cicatrizes.
UAU!!!
ResponderExcluirQue amor inebriante Cris, amor de entrega, amor de se dar inteira, amor infinito.
Lindo poema.
Milhões de beijos