Li as datas escritas a ferro e formão
Do seu nascimento e morte
Traçadas, assim, pela sorte
E separadas por um travessão.
Percebi o quanto é raro
(embora precioso e caro)
Prestarmos mais atenção
A esse símbolo simples:
O travessão entre as datas.
Porque ele representa
O número finito de anos
Que pela Terra passamos
E o que nesse espaço de tempo
Afinal realizamos.
Penso nisso longamente
Cada vez mais intensamente:
Não importa o quanto temos
Quanto dinheiro acumulamos
Em que tipo de casa vivemos
Ou quantos carros tivemos.
Importa o quanto amamos
Durante nosso travessão
Quantas vezes a mão estendemos?
O quanto guia nosso coração?
O que gostaria de mudar?
Há alguém que falta abraçar?
Pense nisso neste instante:
Que palavra de amor não foi dita?
Falada ou então escrita?
Porque afinal não sabemos
Quanto tempo ainda temos...
Se só pararmos um pouco, veremos
O que é importante e verdadeiro
O que é frágil e passageiro...
Ou ao menos tentamos algum dia
Entender o que o outro sente?
Ser calmo, gentil e paciente
Amar em qualquer vertente?
Talvez ter mais respeito com o outro
Ou sorrir só mais um pouco
Pensar antes de falar, ou então silenciar
Lembrando sempre que o travessão
(força maior, uma constante)
Pode durar só mais um instante...
Assim, quando chegar teu final
E passares, enfim, a Vida em revista
Durante a passagem do teu travessão?
Realmente é importante fazermos algo que realmente faça a nossa vida vibrar nãos apenas acumular dias a nossa vida.
ResponderExcluirHua, kkk, ha, ha, mas sério, tem a diferença de de dez anos de ti e do teu namorado?
Também devo dizer que ando meio desanimado.
Fique com Deus, menina Ana Cristina Cattete.
Um abraço.
Verdade dolorida essa, amiga. O mundo atual nos anestesia com tantos estímulos, que é comum nos esquecermos de meditar sobre a transitoriedade da vida.
ResponderExcluirBom que temos os poetas para nos lembrar das coisas que realmente importam.
Querida, venha comemorar comigo a chegada da primavera, tem sorteio no blog
beijos
Que lindo Ana Cris
ResponderExcluirnuss
fiquei até com invejinha de tão bonito, bem escrito, pensado.
Um bjo querida
Que Belo flor!!
ResponderExcluirsaudades de vc viu!!!
Boa quarta, beijocas
Lindo o poema, e a idéia genial do travessão... Espero aproveitar o meu da melhor maneira possível, espero valorizar o que realmente importa... Obrigada por me fazer pensar sobre isso. Beijos
ResponderExcluirLindíssimo o poema e totalmente original. Fiquei refletindo e viajando com suas palavras. Estava com saudades de seus versos. Mas eu tenho certeza que vou sentir orgulho de tudo que venci e superei durante meu travessão!
ResponderExcluirMinha Querida
ResponderExcluirLindo, verdadeiro e emocionante este poema!
Para reflectir! Será que o tempo separado por aquele travessão...terá sido bem vivido? O que terá ficado por fazer? Poema que poderia ser lido num velório de alguém.
Parabens por este tema.
Beijo
Graça
Minha querida
ResponderExcluirEstou de volta e melhor.
Obrigada pelas palavras que deixas-te.
Por vezes não conseguimos ver a luz ao fundo do tùnel...o meu casamento tem 40 anos e não há meio de ver a luz...a solidão é tão grande, tanto vazio, e não consigo sair, do que não existe já.
A tua amizade e as palavras de carinho, aqueceram-me o coração, adoro chamar-te amiga.
Beijinhos com carinho
Sonhadora