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quarta-feira, 17 de março de 2010
Teu silêncio
Teus olhos anseiam, suaves, perdidos
Pelo perdão que não veio: não houve pedido.
Tu calas.
As lágrimas de ti brotaram
Vindo da mágoa e dor que inda restaram
E a palavra?
A palavra não aconteceu.
Esqueceste-a no infame breu.
Foi esta tua resposta: o silêncio que a paz varreu.
Tua alma me sondas na escuridão
Procurando em minha boca e coração
Qualquer som que te dê esperança
(ficarás somente na lembrança)
Pois ninguém pode falar por ti
Essa força precisa saber existir.
Mas a boca seca, parva
A garganta doída, trava
E a tua resposta: o silêncio.
Não quero ausências agonizantes
Mas desejaria até um murmurar sonante
E teu silêncio nem em toque fala.
Queria um ecoar da emoção vivida
Pois a palavra é sentimento vivo, da alma parida
É força, grito, tristeza, júbilo:tudo que mais preciso
A latência de soltar a voz é hábito somente, conciso.
Bem sei que há paz na ausência do som
Na doce hora em que o amor promove seu dom
São preciso silêncios para reflexão, para a verdade sentir
Mas no amor, a palavra é quem chamo
É alegria na doçura do "Eu te amo!"
E esclarece tanto desengano...
Mas tu calas.
É teu conforto. Da alma o aborto.
É teu medo de revelar segredos.
O silêncio da alma é a morte que vem cedo.
Não mais te cales.
Teu silêncio ninguém ouve.
Para a Fábrica de letras
Tema de março: Silêncio
quarta-feira, 17 de março de 2010
Teu silêncio
Teus olhos anseiam, suaves, perdidos
Pelo perdão que não veio: não houve pedido.
Tu calas.
As lágrimas de ti brotaram
Vindo da mágoa e dor que inda restaram
E a palavra?
A palavra não aconteceu.
Esqueceste-a no infame breu.
Foi esta tua resposta: o silêncio que a paz varreu.
Tua alma me sondas na escuridão
Procurando em minha boca e coração
Qualquer som que te dê esperança
(ficarás somente na lembrança)
Pois ninguém pode falar por ti
Essa força precisa saber existir.
Mas a boca seca, parva
A garganta doída, trava
E a tua resposta: o silêncio.
Não quero ausências agonizantes
Mas desejaria até um murmurar sonante
E teu silêncio nem em toque fala.
Queria um ecoar da emoção vivida
Pois a palavra é sentimento vivo, da alma parida
É força, grito, tristeza, júbilo:tudo que mais preciso
A latência de soltar a voz é hábito somente, conciso.
Bem sei que há paz na ausência do som
Na doce hora em que o amor promove seu dom
São preciso silêncios para reflexão, para a verdade sentir
Mas no amor, a palavra é quem chamo
É alegria na doçura do "Eu te amo!"
E esclarece tanto desengano...
Mas tu calas.
É teu conforto. Da alma o aborto.
É teu medo de revelar segredos.
O silêncio da alma é a morte que vem cedo.
Não mais te cales.
Teu silêncio ninguém ouve.
Para a Fábrica de letras
Tema de março: Silêncio
23 comentários:
- Anônimo17 de março de 2010 às 19:52
Muito bom Ana, muito bom mesmo, adorei o silêncio fere mais que a palavra errada na hora errada, porque essa pode-se retirar e ele ( o silêncio) é apenas e só o nada. Beijos
ResponderExcluir Clarice Lispector disse mais ou menos isso: O silêncio é a respiração do mundo.
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Eu respiro pra poder falar. Silencio-me para me ouvir e então transmitir ao resto do mundo meus sentimentos e opiniões.
Sim, sou atleta, querida. :D
Todas as conquistas são válidas, de fato.
Obrigada pelo carinho.
Beijo.- Anônimo18 de março de 2010 às 02:42
Bom, diz o ditado que "às vezes o silêncio fala mais que mil palavras". Outras vezes porém, silenciar pode ser o fim de qualquer outra oportunidade...
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Bjos, amiga... Oi,Ana. Cada caso é um caso,né? Eu costumo dizer que quando fico em silêncio, estou falando mais do que se estivesse proferindo palavras.mas no seu poema, o silêncio é um sliêncio covarde, de quem não assume algo ou alguém. Esse silêncio é ruim. Mas fazendo um pequeno trocadilho, esse seu poema rompe qualquer silêncio. Duvido que esse alguém permaneça calado. Parabéns. E aí? Já está bem mesmo? Espero que sim.beijos
ResponderExcluir- Anônimo18 de março de 2010 às 10:26
é sempre assim ...quando os silêncios não falam.
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um beijo
teresa - Anônimo18 de março de 2010 às 16:44
No silêncio nem tudo pode se dito ou desinventado.Ele fala nas entrelinhas transborda em contornos.
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Assim como as palavras muitas vezes faladas são o jeito mais secreto de calar.
Um beijo Adorei este poema. Concordo plenamente contigo existem silêncios necessários para a nossa reflexão, mas existem outros que provocam dores tal como uma facada. Gosto de ouvir amo-te e acho necessário para manter o amor regadinho e sempre fresquinho. Parabéns por esta linda participação. Beijinhos.
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Muito bom Ana, muito bom mesmo, adorei o silêncio fere mais que a palavra errada na hora errada, porque essa pode-se retirar e ele ( o silêncio) é apenas e só o nada. Beijos
ResponderExcluir...o silêncio pode desenhar
ResponderExcluirfim, ou um começo.
adoro teus escritos...
beijos, querida linda!
Clarice Lispector disse mais ou menos isso: O silêncio é a respiração do mundo.
ResponderExcluirEu respiro pra poder falar. Silencio-me para me ouvir e então transmitir ao resto do mundo meus sentimentos e opiniões.
Sim, sou atleta, querida. :D
Todas as conquistas são válidas, de fato.
Obrigada pelo carinho.
Beijo.
...
ResponderExcluirAna Cristina,
Você possui uma capacidade extraordinária de me encantar com suas letrinhas.
Li o "teu silêncio" como algo familiar, tão íntimo que não sei o que falar.
Abraço bem gostoso pra vc.
...
Bom, diz o ditado que "às vezes o silêncio fala mais que mil palavras". Outras vezes porém, silenciar pode ser o fim de qualquer outra oportunidade...
ResponderExcluirBjos, amiga...
Certos momentos o silêncio é ouro né querida?? Mas só não pode sufocar, pois o calar tem que ser espontâneo e não impedido!! beijocas e obrigada pelo elogio!!!
ResponderExcluirAninha!!!
ResponderExcluirQue lindo!!!
Os silêncios que nos fazem gritar por dentro, são melhores que 1.000 palavras!!!
Um beijo
Oi,Ana. Cada caso é um caso,né? Eu costumo dizer que quando fico em silêncio, estou falando mais do que se estivesse proferindo palavras.mas no seu poema, o silêncio é um sliêncio covarde, de quem não assume algo ou alguém. Esse silêncio é ruim. Mas fazendo um pequeno trocadilho, esse seu poema rompe qualquer silêncio. Duvido que esse alguém permaneça calado. Parabéns. E aí? Já está bem mesmo? Espero que sim.beijos
ResponderExcluirPoeta querida, você adivinha almas e pensamentos?
ResponderExcluirSempre certeiros, belos, tocantes os seus poemas.
Bjs
Ana bom dia!
ResponderExcluirNossa que lindo!
Sinceramente esta poesia calou fundo aqui por dentro.
Parece que você leu minha alma...
Emocionante!
Beijos
Mari
Adorei...o silêncio da alma é a morte que vem cedo...concordo, acho que se não demonstramos nossas emoções e as sufocamos, deixamos de viver as coisas que poderiam ser muito boas.
ResponderExcluirPor vezes anseio pelo silêncio de minha alma, por vezes anseio pelo silêncio do meu coração. Antes estar como uma lata vazia do que estar numa lata de tristeza.
ResponderExcluirTambém estou participando! Seu poema consegue NOS dizer.Impressionante! bjs!
ResponderExcluirLinda tua participação.Teu silêncio ficou maravilhosamente expresso!beijos,lindo dia,chica
ResponderExcluirPalavras para quê... é o silêncio da dor que nos agoniza! Mais um excelente e intenso texto. Parabéns!
ResponderExcluirBeijinhos :)
Lindo,,,já vivi isso,,,,pedi um perdão que nao veio, fui perdoado sem pedir,,,calei me,,,e o amor se foi....beijos e linda tarde pra ti.
ResponderExcluiré sempre assim ...quando os silêncios não falam.
ResponderExcluirum beijo
teresa
Vc não tem ideia de como o silêncio me angustia!
ResponderExcluirPrefiro ofensas a silêncio!
bj
Ana este teu silêncio encerra tantas mensagens. Esta é a frase que mais nos diz, que nos dá um ensinamento para a vida:Mas o silêncio da alma é a morte que vem cedo.
ResponderExcluirNo silêncio nem tudo pode se dito ou desinventado.Ele fala nas entrelinhas transborda em contornos.
ResponderExcluirAssim como as palavras muitas vezes faladas são o jeito mais secreto de calar.
Um beijo
Não sei porque tem gente que insiste em ficar calado!
ResponderExcluirTem que falar, se entregar... *suspira*
Beijo,
Nara
Adorei este poema. Concordo plenamente contigo existem silêncios necessários para a nossa reflexão, mas existem outros que provocam dores tal como uma facada. Gosto de ouvir amo-te e acho necessário para manter o amor regadinho e sempre fresquinho. Parabéns por esta linda participação. Beijinhos.
ResponderExcluirLindo, Ana! Simplesmente Lindo. Agradeço o comentário tão amável que expressaste sobre a minha participação na Fábrica de Letras. Obrigada, volta sempre que quiseres, um beijinho grande :)
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