Nossa História

Reescrevo a história de nosso Encontro
Foi a Mão do Destino ou algo assim, tão pronto
Como se não houvesse tempo, lugar ou espaço
Só Nós Dois existíamos, formando do nó, um Laço

Linhas de amor, de desejo fui sabendo
Traçando breve traço de ensejo sendo
Tomando forma, sem qualquer direção inerente
Como um louco soneto, um poema de vício fluente

Algumas palavras, apagadas
Evitando rusgas desenfreadas
Gestos esquecidos, por amor tolerados
Para que a poesia, sempre a primeira
Fosse relembrada doce, livre, altaneira

O que não se pôde apagar, esquecer
O que não pôde desaparecer
Deixando a brancura da página a brilhar
Foram os borrões, as tristes rasuras
Que cometemos, apesar das lisuras

Por mais que se cale, o coração fica marcado
Como ferro quente no couro do gado
Palavras ao vento, arroubos impensados
O conjunto de uma obra, pelo Insano subjugado.

Mas deixe, Amor, toda a rasura de lado, deixe o coração em festa
Brindemos a Nós Dois, que juntos, somos tudo que resta
A rasura do nosso poema foi a forma mais perfeita
Para formar Nossa História: a mais bela já feita

Nossa escolha, nossa opção de felicidade
Foi o que determinou , do poema, a finalidade
Escrevamos, e que ele não tenha fim
Como Tudo o que sentimos, por Amor, enfim.