Uma historia como tantas outras

Passei a vida em revista
Relembrando o bom e o mau andar
Para que molde assim meu presente
Evitando na mesma pedra pisar

Muita palavra dura acatava
Achando que, tonta, merecia
Tanta violencia gratuita, maldade
A mão do destino oferecia

Por carencia fui ao chão
Humilhei-me, perdida, em vão
Cabisbaixa, trapos de amor vesti
Chorando a dor da posse, sem ousar partir

Aprendi a duros golpes, com o tempo
A me dar valor, ao coração dar alento
Proteger meu eu, já a fraquejar
Para que, talvez um dia, voltasse a amar

Mas o destino, esse tirano...
Fez-me novamente refém do engano
E...

Caí em tantas outras armadilhas
Iludi-me, alheia, com ditos 'poetas':
Na tela, belas palavras bailando a sorrir
Na pele, a covardia  a agredir

Encontrei reis do falso bem querer
A fingir somente para o desejo atender
E um a um fui despedindo
Querendo um alguém que me desse a mão
E mostrasse algo a mais que mera paixão.

Então...
Um dia, um rosto, um relance
Um olhar me roubou o ar
O destino uniu como num transe
As palmas, as almas, num enlevo sem par

Somos diferença, beijos, olhares
Somos felicidade, brigas, carinho
Somos palavras, dores, desejo
Combustão, doçura, toque e ninho

Queremos tudo, sem nos contentar com menos
Somos juntos, não importando qualquer veneno
Somos dois.
Somos um.
Somos nós.
Sempre.
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