Menina do morro
Tu és tão criança
Mas tem a lembrança
Tu és tão criança
Mas tem a lembrança
Da fome que em ti dança
E grita por socorro
Sem esperança
A tristeza do teu peito
Os teus sonhos desfeitos
São vento e fumaça
Que sua angústia disfarça
E sorris, sem jeito
E grita por socorro
Sem esperança
A tristeza do teu peito
Os teus sonhos desfeitos
São vento e fumaça
Que sua angústia disfarça
E sorris, sem jeito
Diante do feito
Que é sobreviver
Sem do futuro saber
Maltrapilha sem passado
Sem família, insegura
Quando vem chegando a lua
Para o seu desagrado
Dorme na rua sozinha
Amargurada, sem ninho
Seu teto é a noite azulada
Maltrapilha sem passado
Sem família, insegura
Quando vem chegando a lua
Para o seu desagrado
Dorme na rua sozinha
Amargurada, sem ninho
Seu teto é a noite azulada
Ela então pede que leve embora
A solidão que aflora
Enche o peito de mágoa e chora
Por um mundo sem miséria
E enruga a testa , séria
A rogar ao Pai, e ora
Pede proteção a toda gente
Não tem amigo ou parente
Mas ao mundo pede paz
Na oração que faz
Simples, de coração presente
Por uma vida tranqüila
Sem sobressaltos, de amor crente
Ela sorri amargamente
Ao notar que sua sina corrente
Sem modéstia ou pretensão
É passar pelo mundo em vão...
..........................................
Up date: troquei a foto original, alguém reclamou. Enfim :)
Ainda acredito que um dia os poderosos possam "ver", imergindo da cegueira crónica em que têm estado mergulhados.
ResponderExcluirUm beijo
Sim, que essas crianças tenham futuro..
ResponderExcluirLindo texto, belíssimo! Grandiosa descrição de um problema mundial: a desigualdade social
bjos
Belo poema, triste mas real.
ResponderExcluirBeijinhos
Sonhadora
E pelo mundo em vão lá se vão tantas meninas com seu grito surdo...
ResponderExcluirUm beijo
Uma criança na rua é uma das maiores injustiças desse mundo e uma vergonha para todos nós.
ResponderExcluirLinda homenagem
beijos
Bonita poesia...
ResponderExcluirBOM ANO!!!